Abafado "on the road"


Bicicleta “pasteleira”. Boina. Bigode fininho e fato domingueiro a condizer. Eis a nova personagem de Quim Vieira, que aos Domingos percorre o Barquinha Parque, apregoando o abafadinho. Joaquim de Matos Vieira, barquinhense ilustre e guardião de memórias de Vila Nova da Barquinha que expõe no seu Bar Museu 21, vai ao encontro dos clientes e amigos por entre esculturas, plátanos e pedaços do Tejo, desde o início do Verão.

Portador de licença de vendedor ambulante, emitida pela Câmara Municipal, Joaquim Vieira junta-se assim aos comerciantes de artesanato que nos dias de sol vendem os seus produtos no parque. A ideia surgiu-lhe em casa do vizinho Romão, quando este lhe ofereceu umas velharias para o seu espólio. “Logo que vi a bicicleta em casa do meu vizinho pensei logo em comprá-la para recuperar a pasteleira do meu pai. Depois lembrei-me das figuras típicas barquinhenses que no século passado, ao Domingo, vestiam fato e gravata para passear de bicicleta. A este conceito juntei o abafado e surgiu esta personagem de vendedor ambulante”, conta.

O negócio não é rentável pois em dias de calor a bebida licorosa aquece a alma mas não mata a sede. “Acaba por ser uma autêntica publicidade para o Museu 21”, confessa. Vendas à parte, Quim mete conversa com amigos e forasteiros que diz virem de pontos longínquos do país para ver as esculturas e o parque. “Pergunto-lhes de onde vêm. Falo-lhes do parque, das esculturas, da Barquinha. É muito gratificante”, refere. O vendedor de abafado que também é poeta e artista plástico não descarta no futuro a criação de outras personagens, como por exemplo o “Arrais”.

Quanto ao seu vasto espólio documental sobre a terra que o viu nascer, está a partilhá-lo na sua rede social de eleição, o Facebook.

Num mundo menos virtual, poderá encontra-lo num Domingo solarengo num parque perto de nós. Siga o pregão “Olhó abafadinho!!!”.

Comentários

Mensagens populares