Registos do confinamento I
"O que é preciso é ter saúde e sorte!" Dizia a minha avó quando se
despedia dos amigos e dos conhecidos. Enquanto criança nunca percebi bem o
porquê daquelas palavras, em particular da questão da saúde. Na altura, estar
doente para mim significava ter de tomar aquele delicioso xarope com sabor a
laranja ou o outro caseiro de cenoura, feito pela minha mãe. Menos bom era o
Vicks que transformava o pijama num gigantesco autocolante colado ao peito. Com
o avanço da idade fui percebendo que a sorte dá mesmo muito trabalho e que a
saúde é o mais importante. Agora mais do que nunca. Hoje em dia, para ter saúde
e sorte poderá significar apenas ficar em casa, quando for possível. Nem que
seja para ir à janela curtir um arco-íris, como aquele duplo com que fomos
brindados há uns dias.
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