E o Óscar vai para…


1917 - Finalmente um filme como deve ser. Sam Mendes deverá sem dúvida arrecadar os Óscares para melhor filme e melhor realizador na cerimónia de amanhã. O cineasta oferece-nos algo de novo com uma técnica de plano contínuo quase ao longo de toda a película, com uma fotografia inebriante. Uma história inspirada em feitos de um soldado português, combatente na I Grande Guerra. Justamente nomeado para 10 estatuetas douradas.

O regresso de Tarantino ficou aquém das expectativas. “Era uma vez em… Hollywood” é um dos filmes mais fracos do realizador, cada vez mais distante de obras-primas como “Pulp Fiction” ou “Kill Bill”. Ainda assim, a obra mais recente deste génio desinspirado poderá valer-lhe o Óscar de melhor argumento original, com Brad Pitt em boa posição para levar para casa o troféu de melhor ator secundário.

Joker, à beira do excelente. Uma crítica mordaz à sociedade e uma construção do personagem brilhante. A performance de Joaquim Phoenix roça a perfeição, pelo que o Óscar não lhe deverá escapar.

Com muitos nomeados ainda por ver, não arrisco mais previsões. A cerimónia de entrega será transmitida amanhã (9 fev), nos canais Fox e Fox Movies, para ver madrugada fora.

Quanto às produções nacionais, cronicamente excluídas destes troféus, mas que para mim já valem mais de 50% das minhas idas ao cinema, registo aqui obras notáveis fruto do talento tuga. “A Herdade”, de Tiago Guedes é uma obra admirável. Um retrato duro da sociedade portuguesa dos anos 70, com uma interpretação fantástica de Albano Jerónimo no papel principal. Valeu – lhe o prémio Bisato d'Oro da crítica independente para Melhor Realização no 76.º Festival de Cinema de Veneza.

Outra prestação muito bem conseguida foi a de Sérgio Praia, que deu vida à personagem de António Variações no excelente filme biográfico sobre o cantor português. “Variações”, de João Maia, nomeado para melhor filme ibero-americano nos Prémios Ariel (sim, um prémio com nome de detergente), foi o filme português mais visto nas salas nacionais em 2019.

O romance entre Snu Abecassis e o antigo Primeiro-Ministro Francisco Sá Carneiro ficou bem retratado em “Snu”, da realizadora Patrícia Sequeira. Bela interpretação de Inês Castel-Branco da protagonista, uma dinamarquesa muito à frente do seu tempo, a época pós-revolucionária em Portugal, com um país ainda muito fechado nas mentalidades.

Aguarda-se com expectativa o filme sobre a história da girlsband nacional “Doce”, a estrear em junho nos cinemas.

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